I
Bem-vindo ao nosso bairro este bocado do mundo,
Onde os homens são de aço e aspiram algo mais fundo,
Que um salário mensal e umas boas estruturas,
Um punhado de sal e uma vasilha de sura.
Um ventre que deu luz muitos homens de cultura,
Que carregaram a cruz da sua vida nessas ruas,
Buscaram o necessário para matar a sua sede,
E fome num cenário onde a exigência excede.
O numerário básico que resta nalgum bolso,
O berço não é estático assim revela o rosto,
Mesmo na carestia o orgulho é sempre ileso,
A estima é a bateria que permite estarmos em peso.
Aqui foge bem leso quem não nutre o pensamento,
Com as sementes do bem que nos leva ao crescimento,
Nós somos pela vida, somos pela nossa casa
Casa em que habitamos, sê bem-vindo a Munhava.
Refrão (Jaime Natal – JL Chris)
Welcome to the place that is well known,
Nowhere is safe but you can explore,
This is the paradise,
We have plenty of life.
II
Sê bem-vindo a este bairro, este pedaço da Beira
Que a todos interpela em assuntos que interessam,
Uma nação inteira pelo grito que liberta,
Quando a injustiça impera na cadeira que governa.
Aqui também há medo por causa dos que governam,
Nas horas em que o sol se hiberna na sua caverna,
Nas horas em que expira a vergonha em algumas faces,
Sentimos o suspiro dos que são transfigurados.
Os manos sempre lutam e as manas sempre sonham,
Com algo se ocupam e o estudo entra na soma,
Por mais que a realidade pareça alguma coisa,
A fé sempre desponta como uma luz na aurora.
Quem chora sabe bem que o vizinho é um consolo,
Muitas vezes sem concuibus oferece o seu colo,
Bem-vindo a este bairro onde Deus sempre passeia,
Connosco no oculto entre as nossas veredas.
Refrão (2x)