Cara feia
A prova de bala
O meu rímel
É à prova d’água
Não me apresento
Quando entro na sala
Sou um apelido
Que antes soletrava
Feminina
Calças largas
Cap posto
A mana achava
Que eu durava
Um agosto
Já tava ca
Já tava cara
em 2012
Dei a cara, comprei casa
Agora eu cobro o dobro
Ouve
Tá tudo preocupado com o tanto que eu peso,
Com o tanto que eu peso,
Mas eu tou blindada e é do tanto que eu rezo
Vivia assustada agora eu meto medo ao medo
O meu cardio não me deu um sic pack deu-me calos nos dedos
Cara feia
A prova de bala
O meu rímel
É à prova d’água
Não me apresento
Quando entro na sala
Vivo do apelido
Que antes soletrava
Tatuagens na ponta dos dedos
A tinta manchou-me pra sempre
Sou mais que a manchete, sai do banco
Servi um banquete,
Comi com as mãos, eu lambi os dedos
Não peço licença, não peço desculpa
Eu fiz-me presente, se não sou reclusa
como é que tenho tantas barras à frente?
Cara feia
A prova de bala
O meu rímel
É à prova d’água
Não me apresento
Quando entro na sala
Vivo do apelido
Que antes soletrava
Tá tudo chocado com o brilho nos dentes
Tou a descolar dizem que é decadente
Manda-me calar tenho uma crowd à frente
Sou uma estrela, uma estrela cadente
Eu surgi de repente como um arrepio,
Quebrei as correntes eu não perco o Piu
Eu tornei-me quente para não passar frio
Eu sentei-me à frente do meu desafio
Querem matar eu não tou pro abate
Passa-me o cheque eu faço cheque mate
calcei as luvas pronta pro combate
Um k.o. Com q.i. Porque língua também bate
É uma sova de literatura,
aprendi a amar a amargura,
aprendi a andar na soltura
Eu fiz-me pequena mas só de altura
Eu fiz-me pequena só de altura
Para não esquecer a terra quando me tornar madura
Eu voltei da guerra, porque a minha arma é dura
Joguei à a cabra cega porque tenho olhos na nuca,
Passa a mala e ele diz que eu sou maluca
desta voo pro rio que se eu disparo eu sou bazuca
Passa a mala ele diz que eu sou maluca
Desta voo pro rio que se disparo sou bazuca