Fui perguntar a um passarinho
Como é voar sem ter limite
Como é cantar sem que alguém dite
O que se tem para dizer
Fui perguntar ao rio que corre
Como é ser água sem medida
Como é que se constrói a vida
Se é no silêncio que se morre?
Fui perguntar à minha gente
Se o grito preso na garganta,
Não os amarra e os ofende
A gente livre não é branda
Cravos vermelhos nesta rua
Não são da guerra que é santa
É pra lembrar que em ditadura
Até a flor da terra sangra